segunda-feira, 30 de junho de 2008

BENDITO COBERTOR

Quando eu era pequena, morávamos no fundo da casa dos meus avós maternos. Minha mãe saía cedo para trabalhar e eu ficava dormindo...acordava tempos depois.
Às vezes eu cismava que escutava barulhos estranhos, possivelmente fazia barulho mesmo, já que a casa da minha avó era bem movimentada...mas alguns dias, talvez os dias em que minha imaginação estava no auge da fertilidade, eu imaginava ladrões tentando entrar em casa, seja para roubar a casa ou me pegar...aí eu colocava o cobertor na cabeça e ficava imóvel até ter a certeza de que os “ladrões” tivessem ido embora.

Era incrível a sensação de proteção, de invisibilidade, parecia que nada, nem ninguém, seja lá o que fosse, iria ultrapassar aquela barreira do cobertor.
Cresci..infelizmente...tantas vezes desejei e desejo um bendito cobertor como aquele....hoje em dia não funciona mais.


Obs: se você tiver a impressão que já leu esse texto é porque já leu, já postei uma vez no orkut, estou buscando uns textos antigos, perdidos por aí...

segunda-feira, 16 de junho de 2008


Hoje eu não tive inspiração para escrever.
Mas existem pessoas que escrevem magnificamente palavras que refletem o que penso, o que sinto.
Essa é a coisa mais incrível do mundo para mim: a sintonia entre os seres. Pessoas sentirem exatamente como nós.
O texto a seguir é a parte que mais gosto do livro Ensina-me a viver, de Colin Higgins, o livro que mais mexeu comigo.

“- E você Harold, que flor gostaria de ser?
Harold esfregou o nariz.
- Não sei. Sou uma pessoa comum – e fez um gesto em direção a um campo de margaridas que cobria as colinas – Talvez uma dessas.
- Por que disse isso? – perguntou Maude, meio perturbada.
- Acho que elas são todas iguais – respondeu ele, manso.
- Ah, mas não são! Veja!
E levou-o para um amontoado de margaridas.

- Está vendo? Algumas são menores, outras gordas, algumas crescem para a esquerda, outras para a direita e outras têm pétalas faltando... uma grande variedade de diferenças, isso sem falar no aspecto bioquímico. São como os japoneses, Harold. A princípio você acha que são todos iguais, mas, depois que começa a conhecer cada um deles, você vê que não há uma só repetição no grupo. Exatamente como no caso das margaridas. Cada pessoa é diferente, nunca existiu uma igual, nem jamais existirá. – Colheu uma margarida – Um indivíduo.
Sorriu e ambos levantaram-se”.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

PALAVRAS!








É incrível o poder das palavras.
Sejam ditas, escritas, cantadas.

Palavras muitas vezes entram e transformam tudo.
Nos fazem rir, nos fazem chorar.
Podemos guardá-las durante muito tempo em nossa mente. Quantas vezes a gente não pára para relembrar uma piada, uma coisa engraçada que o amigo falou, uma declaração de amor, uma música, uma briga (essas voltam, remoendo nem que a gente não queira).
Não sei como funciona, se fica gravado no inconsciente, eu alguma parte específica do cérebro, nem me importa muito, isso não vem ao caso, mas acho impressionante como acontece.

Mas tem aquelas também que fazem questão de não serem lembradas.
Poxa vida!
Quem não passou pela situação de ficar horas estudando e chegar na prova dar um branco total, desses de perder o fôlego? E quando a resposta está praticamente pronta, e “como era mesmo que escrevia aquela palavra? “ ou “tá na ponta da língua e não sai”.
Não é a toa que políticos anotam seus discursos, até mesmo aqueles mais falastrões podem esquecer a palavra certa, para a hora certa.
Talvez funcione assim quando as palavras não são nossas, ou quando queremos inventar, usar frases prontas.
Portanto, usemos as nossas palavras, criemos, adaptemos, não maltratem o português ou qualquer outro idioma, mas faça uma palavra ser sua, escreva, fale, com convicção.
Estou fazendo isso agora.


*Francine, uma amiga muito querida, e eu costumamos ter uma palavra para o nosso dia, ela é escolhida pela manhã, de acordo com o nosso estado de espírito. Nunca cheguei a pensar em confirmá-las ao final do dia...mas é algo que podemos pensar, né, Fran?
PALAVRA DO DIA: EXPECTATIVA!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Por que "Laranja não Mecânica"?


Laranja é minha cor favorita.

Amigos e família quando vêem algo em tom alaranjado já pensam que eu ficaria feliz em ver também.

Já me apropriei da cor.

Já faz parte de mim.

Laranja sou eu.

Sou tudo, menos mecânica.

Aqui vive um turbilhão de sentimentos.

Eu sou sempre a mesma, mas posso ter diferentes sabores.

Como laranjas, doces ou aguadas ou azedas.

Sou assim.

Depende do que você merece de mim.